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Quebrando Barreiras
Caracterização do assédio escolar
Como a
maior parte dos alunos não denuncia e alguns adultos negligenciam sua
importância, a sensação de impunidade favorecem a perpetuação do comportamento
agressivo.
Acossamento, ou
"intimidação" ou entre falantes de língua inglesa bullying é um termo frequentemente usado para
descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está, de
alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um
grupo mais fraco.
O
cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan
Olweus define assédio escolar em três termos essenciais:
1.
o comportamento é agressivo e negativo;
2.
o comportamento é executado repetidamente;
3.
o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio
de poder entre as partes envolvidas.
O
assédio escolar divide-se em duas categorias:[2]
1.
assédio escolar direto;
2.
assédio escolar indireto, também conhecido como agressão social
O bullying direto é a forma mais comum entre os
agressores (bullies) masculinos. A agressão
social ou bullying indireto é a forma mais comum embullies do sexo feminino e crianças pequenas,
e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é
obtido por meio de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:
§ espalhar
comentários;
§ recusa em
se socializar com a vítima;
§ intimidar
outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;
§ ridicularizar
o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a
etnia da vítima, religião, incapacidades etc).
O
assédio pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos
e até mesmo países.
Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre
o agressor (bully) e a vítima.
Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende
somente da percepção da vítima, que parece estar a maisintimidada para
oferecer alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para
temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência
física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.
Deve-se
encorajar os alunos a participarem ativamente da supervisão e intervenção dos
atos de bullying, pois o enfrentamento da situação pelas testemunhas demonstra
aos autores do bullying que eles não terão o apoio do grupo. Uma outra
estratégia é a formação de grupos de apoio, que protegem os alvos e auxiliam na
solução das situações de bullying. Alunos que buscam ajuda tem 75,9% de
reduzirem ou cessarem um caso de bullying.[2]
Os
professores devem lidar e resolver efetivamente os casos de bullying, enquanto
as escolas devem aperfeiçoar suas técnicas de intervenção e buscar a cooperação
de outras instituições, como os centros de saúde, conselhos tutelares e redes
de apoio social.[2]
Em um
estudo entre alunos autores de bullying, 51,8% afirmaram que não receberam
nenhum tipo de orientação ou advertência por seus atos. Provavelmente porque
41,6% dos que admitiram ser alvos de bullying relatarem não ter solicitado
ajuda aos colegas, professores ou família.[8]
Pesquisas[9] indicam
que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma
forte necessidade de controlar ou dominar.
Também tem sido sugerido[10] que
uma deficiência em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre
subordinados podem ser particulares fatores de risco. Estudos adicionais[11] têm
mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática
do assédio escolar, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que
sugira que os bullies (ou bulidores)[6] sofram
de qualquer déficit de autoestima.[12] Outros pesquisadores também
identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a
comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a
preocupação com a autoimagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas.[13]
É
frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na
infância:
"Se o comportamento
agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual.
Realmente, há evidência documental que indica que a prática do assédio escolar
durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e
violência doméstica na idade adulta".[14]
O assédio escolar não envolve necessariamente criminalidade ou
violência. Por exemplo, o assédio escolar frequentemente funciona por meio de
abuso psicológico ou verbal.
Os bullies sempre existiram mas eram (e ainda
são) chamados em português de rufias, esfola-caras, brigões, acossadores,
cabriões, avassaladores, valentões e verdugos.
Os valentões costumam ser hostis, intolerantes e
usar a força para resolver seus problemas.[15] Porém,
eles também frequentemente foram vítimas de violência, maus-tratos,
vulnerabilidade genética, falência escolar e experiências traumáticas.
Comportamentos autodestrutivos como consumo de álcool e drogas e correr riscos
desnecessários são vistos com mais frequência entre os autores de bullying.[16]
Quanto mais sofrem com violência e abusos, mais provável é deles
repetirem esses comportamentos em sua vida diária e negligenciarem seu próprio
bem estar.[17]
Tipos de assédio escolar
Enquanto a sociedade não resolver o problema de bullying nas
escolas, dificilmente conseguirão reduzir as outras formas de comportamentos
agressivos e destrutivos entre adultos.[18]
Os bullies usam principalmente uma combinação de
intimidação e humilhação para atormentar os outros. Alguns exemplos das
técnicas de assédio escolar:
§ insultar a vítima;
§ acusar
sistematicamente a vítima de não servir para nada;
§ ataques
físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.
§ interferir
com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas,
etc, danificando-os.
§ espalhar
rumores negativos sobre a vítima;
§ depreciar
a vítima sem qualquer motivo;
§ fazer com
que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a para seguir as ordens;
§ colocar a
vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou
conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou
que foi exagerado pelo bully;
§ fazer
comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a
mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal,orientação
sexual, religião, etnia,
nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade
depreendida da qual o bully tenha tomado ciência;
§ isolamento
social da vítima;
§ usar as tecnologias de
informação para
praticar o cyberbullying (criar páginas falsas, comunidades ou
perfis sobre a vítima em sites de relacionamento com publicação de
fotos etc);
§ chantagem.
§ expressões
ameaçadoras;
§ grafitagem
depreciativa;
§ usar de
sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto
assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com frequência
logo após o bully avaliar que a pessoa é uma
"vítima perfeita");
§ fazer que
a vítima passe vergonha na frente de várias pessoas.
Bullying
professor-aluno
O assédio escolar pode ser praticado de um professor para um aluno. As técnicas mais comuns são:
§ Intimidar
o aluno em voz alta rebaixando-o perante a classe e ofendendo sua autoestima.
Uma forma mais cruel e severa é manipular a classe contra um único aluno o
expondo a humilhação;
§ Assumir um
critério mais rigoroso na correção de provas com o aluno e não com os demais.
Alguns professores podem perseguir alunos com notas baixas;
§ Ameaçar o
aluno de reprovação;
§ Negar ao
aluno o direito de ir ao banheiro ou beber água, expondo-o a tortura
psicológica;
§ Difamar o
aluno no conselho de professores, aos coordenadores e acusá-lo de atos que não
cometeu;
§ Tortura
física, mais comum em crianças pequenas; puxões de orelha, tapas e cascudos.
Tais atos violam o Estatuto da
Criança e do Adolescente e
podem ser denunciados em um Boletim de
Ocorrência numa
delegacia ou no Ministério
Público. A revisão de provas pode ser requerida ao pedagogo ou
coordenador e, em caso de recusa, por medida judicial.
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